História e Contemporaneidade
O território do atual município de Ponte Nova era habitado por índios puris e aimorés (estes apelidados de botocudos devido a um adorno corporal que utilizavam) quando se iniciou sua colonização, através da distribuição de sesmarias, a partir da segunda metade do século XVIII.
Publicado em 01/01/2019 04:52
O território do atual município de Ponte Nova era habitado por índios puris e aimorés (estes apelidados de botocudos devido a um adorno corporal que utilizavam) quando se iniciou sua colonização, através da distribuição de sesmarias, a partir da segunda metade do século XVIII. Documentos referentes à Fazenda das Almas apontam para a construção de uma ponte de madeira sobre o Rio Piranga, em 1762. Em terreno da Fazenda do Vau-Açu, doado pelo padre João do Monte Medeiros, foi construída a Capela de São Sebastião e Almas, filial da Freguesia do Senhor Bom Jesus do Monte do Furquim, pertencente à Mariana, em 1770.
O povoado que se desenvolveu em torno da capela e às margens do Rio Piranga ficou conhecido, inicialmente, como São Sebastião da Ponte Nova. A paróquia foi criada em 1832 através de uma lei da Regência Trina do Império.
Passou à condição de vila, com criação do município emancipado do de Mariana em 1857, sendo elevada à categoria de cidade em 1866. Uma lei promulgada do ano de 1883 mudou sua denominação, que foi reduzida para Ponte Nova.
O desenvolvimento local se deve em muito à expansão da lavoura de cana de açúcar, que lhe valeu o título de maior centro açucareiro de Minas Gerais, no decorrer do século XIX e início do XX. Na segunda década do século XIX, as exportações de açúcar, rapadura e aguardente já tinham adquirido importância, sendo a produção transportada através de tropas de burros, principalmente para o mercado de Mariana.
Ainda em meados do século XIX, a disseminação do plantio da cana de açúcar na região fez com que a maioria das propriedades rurais contasse com seus próprios engenhos, movidos por tração animal ou através da força d’água, sendo o açúcar mascavo e o de forma exportado para várias regiões da então província de Minas Gerais. O primeiro engenho de ferro fundido chegou a Ponte Nova em 1860, sendo que a primeira usina a vapor, a Usina Ana Florência, construída com máquinas importadas da Inglaterra, foi inaugurada em 1883.
Com a instalação de uma estação da Estrada de Ferro Leopoldina Railway, inaugurada em 1886 por Dom Pedro II, a produção açucareira passou a atingir mercados mais distantes. Antes do final do século, ainda foram construídos o Engenho Central do Piranga e a Usina do Vau-Açu, que multiplicaram, ainda mais, a produção ponte-novense, complementada por inúmeros engenhos menores que funcionaram como fábricas de rapadura e aguardente. No século XX, outras quatro indústrias sucroalcooleiras iriam se instalar no município: a Usina da Jatiboca, em 1920, a Usina do Pontal e a Usina São José, em 1935, e a Usina Santa Helena, em 1940.
Contemporaneidade
Atualmente, Ponte Nova busca novos caminhos de desenvolvimento. A suinocultura, muito desenvolvida na região e uma das mais tecnificadas do país, deu origem ao Frigorífico Industrial do Vale do Piranga (Frivap), empresa de porte médio, implantada no município por um grupo de suinocultores, com apoio do governo do estado de Minas Gerais, da Câmara Municipal e da Prefeitura Municipal de Ponte Nova.
O comércio atacadista de armarinhos é outro segmento importante para a geração de emprego e renda, além do setor de serviços, especialmente da saúde, que se destaca com vultosos investimentos na modernização tecnológica dos hospitais particulares Arnaldo Gavazza Filho e Nossa Senhora das Dores, além do atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), da sede regional da Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais (Hemominas) e do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião do Vale do Piranga (Cisamapi), com sede em Ponte Nova. A cidade pólo regional das diretorias estaduais de ensino e de saúde, além de sediar a Associação dos Municípios do Vale do Piranga (Amapi).
No que se refere ao turismo, Ponte Nova passou a pertencer à Associação do Circuito Turístico Montanhas e Fé em fevereiro de 2011, integrante, a partir daí, do Programa de Regionalização do Turismo do Estado de Minas Gerais e, desde então, tem participado ativamente das atividades do Circuito Turístico. A cidade ainda faz parte da área de influência da Estrada Real e da Rota Imperial, a antiga Estrada São Pedro de Alcântara, caminho que liga Ouro Preto a Vitória/ES e passa por 17 municípios mineiros e 14 capixabas.
por Luiz Gustavo Santos Cota - Historiador